Como fazer compras em período de inflação?

Sumário:

• Prioriza necessidades básicas: Em tempos de inflação, reflete sobre o custo de oportunidade ao escolher entre produtos. Mantém a alimentação como última opção de poupança, dada a sua importância.
• Estratégias de compra: Estabeleçe um orçamento antes de comprar. Analisa os preços unitários (Kg/L) para evitar manobras de marketing. Explora promoções e mercados locais para poupar.
• Informação é poder: Mantém-te informado com fontes confiáveis. Em caso de necessidade, procura ajuda em instituições como o Banco Alimentar e combate o desperdício alimentar aproveitando as sobras das refeições.

A inflação faz-se sentir de uma forma generalizada, os produtos alimentares não são exceção. É uma realidade que exige de nós maior ponderação, sobretudo na hora de escolher o que comprar. Assim, as decisões de consumo exigem maior reflexão.

Temos de refletir sobre o custo de oportunidade. Ao adquirir um produto X estamos a utilizar recursos financeiros que não serão usados no produto Y. E, com a perda do poder de compra, o efeito desta realidade é mais acentuado. A alimentação é uma necessidade básica e, no momento de priorizar os custos, devemos considerar este facto. Embora a inflação se faça sentir, na hora de apertar o cinto, a alimentação deve ser a última opção.

O mundo real não permite lamentações por tempo prolongado, correndo o risco de sermos esmagados pelos factos. A inflação, de tempos em tempos, revela os seus efeitos. Portanto, temos que reagir e adaptar-nos às circunstâncias canalizando as nossas energias na procura de soluções.

Sugestões práticas para desafiar a inflação

• Antes de ir às compras, estabelece um orçamento. Fornecemos este ficheiro para orçamentar os teus custos.

• Se ainda não o fazes, recomendamos que comeces a analisar os preços dos produtos utilizando o preço unitário. Portanto, através do preço do quilograma (Kg) e do litro (L). As unidades mais frequentes no supermercado. Assim, evitarás ser manipulado pelas estratégias comerciais. Onde pequenas dosagens parecem, ilusoriamente, mais baratas, quando não o são.

• Adota uma mentalidade movida por oportunidades. Isto é, manter um olhar atento às dinâmicas promocionais. Deves ser fidelizado ao teu orçamento e cumprir com as tuas metas. Assim, a escolha do local onde irás efetuar as tuas compras é onde as oportunidades se encontram. Desse modo, será expectável que estas se encontrem distribuídas pelas diversas superfícies comerciais.
  • Nesse sentido, sugerimos estes links que podem-te ajudar a “caçar” as oportunidades:
    • PANFLETEIRO
    • O Caça Promoções
    • SAPO Promos
    • Folhetos Promocionais

• Não limites as tuas compras à grande distribuição (hipermercado e supermercado). Por oportunidade, explora o comércio regional, como feiras e mercados. As publicações da ECO e da AICEP neste tópico são de leitura recomendada. Adicionalmente, deixamos estes links para teres conhecimento do agendamento das feiras e mercados:
  • Mercados e Feiras – Informações para além do âmbito alimentar;
  • Reforma Agrária – Ênfase em produtos agrícolas;
  • Ademais, podes consultar o website do município onde resides, pois tende a constar a agenda dos mercados e feiras a decorrer.

Trabalhar o acesso à informação

• Estar informado é crítico para a tomada de decisão consciente. Assim, recomendamos manteres um olhar atento sobre as informações mais recentes. Não confundir, no entanto, informação, que tem valor útil, com ruído, que distorce a realidade com objetivos ocultos ao consumidor. Estas são alguma das nossas sugestões para ti, a saber:
  • INE
  • EUROSTAT 
  • DECO
  • AICEP
  • O polígrafo
  • OCDE
  • PORDATA
  • World Bank

• Em caso de necessidade, pede ajuda. Existem instituições que têm este propósito. Viver em comunidade significa, também, ajudar o próximo. Experimenta os seguintes links:
  • Banco Alimentar
  • Cruz Vermelha Portuguesa
  • REFOOD
  • Aliança Contra a Fome e Má-nutrição Portugal

Combater o desperdício alimentar

• O reaproveitamento de sobras de refeições deve ser sempre uma escolha, independentemente do momento. Aproveitamos a oportunidade, no entanto, para reforçar esta ideia. Das sobras de uma refeição pode nascer uma saborosa receita. Aproveitar as sobras de carne, de peixe, ou outras para fazer uma quiche ou um empadão, por exemplo. Ou, também, aproveitar legumes e/ou batatas cozidas para fazer uma sopa, ou até enriquecer uma omelete. São exemplos de como minimizar o desperdício de recursos com valor por explorar e expressar o teu espírito criativo na cozinha.
• Sugerimos que explores a iniciativa Fruta Feia, que surgui da necessidade de inverter tendências de normalização de frutas e legumes que nada têm a ver com questões de segurança e de qualidade alimentar.
• A aplicação Too Good to Go é uma aplicação gratuita que podes instalar no teu smartphone. Através desta podes adquirir comida e ao mesmo tempo evitar o desperdício alimentar.

Por fim, sublinhamos que o consumidor tem um papel ativo. Dizer não a produtos não essenciais irá, quando generalizado, fazer aumentar os stocks das grandes superfícies comerciais criando um incentivo à diminuição dos preços praticados. Contudo, as cadeias de fornecimento são complexas e o objetivo do artigo não é detalhar o seu funcionamento, mas sim fornecer-te informação que possa fundamentar a tua tomada de decisão.